Por que mulheres e meninas são muito mais propensas do que os homens para desenvolver um distúrbio alimentar? Neste relato, Mirian Bottan conta do seu processo de aceitação e cura — e do olhar investigativo cuidado que teve com a sua história.
Passamos então uma vida solitárias, achando que as nossas questões com a comida são só nossas. Não são. Existe toda uma cultura que planta, cultiva, reafirma e sustenta nossos problemas com ela.
Vamos honrar e respeitar nossos corpos pelo que eles fazem ao invés de desprezá-los pelo que eles são. Vamos manter o foco em viver vidas saudáveis e ativas, deixar nosso peso de lado e largar nosso ódio ao corpo no passado, que é onde ele merece ficar.
A existência de padrões de beleza não é nenhuma novidade. Desde muito antes da minha avó existe o ideal de corpo bonito, o rosto admirável, o conjunto da obra que todo mundo quer ter. E aí a grande questão. Quem é que cria o modelo?
"Meu alívio congelou no peito. Ela contou que nunca ouve elogios. Que quando sai na rua é vítima de gritos, sim, mas de xingamentos. A chamam de macaca, de gorda, de feia, de canhão..."
Nós mulheres gastamos muito tempo de nossas vidas úteis e produtivas odiando nossas barrigas, nossos peitos, nossas bundas, nossos umbigos, nossos cotovelos e pescoços.