Em 2016, meninos e meninas ainda são tratados de forma extremamente desigual.
Meninas são incentivadas a ser recatadas e cuidadosas, e os meninos, ousados e exploradores. Meninas têm sua sexualidade reprimida. Meninos não podem expressar sentimentos nem chorar sem ser julgados.
Meninas não são encorajadas a estudar qualquer coisa e exercer qualquer profissão. Temos muito mais homens nas ciências matemáticas, por exemplo. Nos EUA, eles representam 74% da força de trabalho em campos ligados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática segundo a U.S. census bureau statistics, 2011. No Brasil, o número é parecido: 70% de homens nas áreas de exatas segundo o CNPq. Em paralelo, vemos muito mais mulheres nas áreas de cuidado, como professoras, enfermeiras, babás e cuidadoras.
As meninas e mulheres também são, ainda, as principais responsáveis por tarefas domésticas. Enquanto elas dedicam, em média, 20 a 25 horas semanais ao trabalho doméstico, eles investem apenas 8 a 9 horas por semana nestas atividades.
É na educação que estão as bases de um abismo que separa homens e mulheres e reforça a cultura machista e patriarcal em que vivemos.
Precisamos olhar pra importância de abordar igualdade de gênero na infância se quisermos provocar transformações significativas na sociedade em que vivemos.
#Desafiodaigualdade: o que você pode fazer pela igualdade de gênero na infância?
Para falar sobre o assunto, a ONG Plan International lançou o Desafio da Igualdade.
A ideia é abordar igualdade de gênero na educação de crianças e incentivar a comunidade educadora - professores, educadores, pais, todo mundo - a olhar pro tema como algo importante, do dia a dia e partir pra prática.
No dia 22.11, terça-feira, vai ter um evento gratuito sobre o assunto lá no B_arco Centro Cultural, na Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, n. 426, Pinheiros, às 19:30h, com um papo com pessoas importantes que estão estudando assunto, coquetel e lançamento de um kit materiais que promove a abordagem do tema na escola - inclusive a íntegra desse documentário lindo, aqui acima, que movimentou muita gente ativa no tema.
As inscrições podem ser feitas aqui e mais informações estão disponíveis na página do evento no facebook.
Fica a dica pra quem é de São Paulo, e a deixa pra quem não é acompanhar o trabalho da Plan e baixar os materiais no site quando estiverem disponíveis.
Fica também a pergunta do Desafio: o que você pode fazer pela igualdade de gênero na infância?
A gente precisa se lembrar sempre que as crianças que recebem uma educação pra igualdade, mais tarde, vão ser adultos que enxergam as diferenças e as acolhem como algo natural, tanto em si quanto nas pessoas ao redor. Adultos mais abertos e resilientes. Empáticos, compassivos e tolerantes.
Educar pra igualdade é a chave pra transformar uma cultura inteira.
Vamos juntos.
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Anna Haddad é co-fundadora da Comum. Escreve pra vários veículos sobre educação, colaboração, novos negócios e gênero, e dá consultorias ligadas à comunidades digitais e conteúdo direcionado pra mulheres.