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Você e a comida #1: que lugar ela ocupa na sua vida?

Não sei em que momento da minha vida eu passei a ter uma relação ruim com a comida (e consequentemente meu corpo). No início da adolescência já me via como ‘gordinha’, ao fim dela era obesa (passei o patamar do 1º quilo das pessoas consideradas obesas). Após a faculdade consegui emagrecer 30 kg, e apesar de “manter” o peso esse tempo todo – isso mesmo, aspas, porque eu nunca na vida mantenho o peso, eu digo que já tive entre 22 e 30kg a mais, depende de qual o tamanho da minha sanfona hoje - estou sempre engordando ou emagrecendo, nunca mantendo realmente. Resumindo: apesar de não estar mais obesa, a relação com a comida continua conflituosa.

Eu só mudei de patamar de peso, continuo comendo açúcar quando estou doente e sei que deveria comer uma fruta; continuo não conseguindo parar de comer até passar mal quando estou atacada; continuo me arrependendo depois e ficando extremamente triste - e por consequência comendo mais um pouquinho pra me sentir melhor.

Já percebi que, pra mim, açúcar é pior que crack, uma vez que coloco na boca não consigo mais parar.

Minha família toda é assim. Minha santa vó, na véspera do seu aniversário de 85 anos, veio toda animada pra mim: “Lorena, tenho uma dieta nova óoootima” e continuou falando. Eu parei de ouvir e comecei a entrar em pânico pensando: “Dios mio, essa luta é pro resto da vida...”

Também sobre minha família: nós nos reuníamos nas refeições. Sempre associei comida à carinho e amor (e isso é uma das coisas que o Vigilantes do Peso, por exemplo, é contra. Para eles é preciso desassociar essas duas palavras). Eu sempre me culpei muito por essa associação: comida deveria ser só comida. E hoje isso se reverteu, esse conceito ganhou novo significado. Ou melhor, este significado ganhou um novo conceito.

E é sobre isso que vamos falar nessa série. Nas próximas semanas, sempre às sextas-feiras, você vai encontrar um pouco dessa história e de como eu tenho mudado, ou pelo menos tentado mudar, minha relação com a comida.

Nos vemos por aqui! :)


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Lorena Jacobson Berzins, diferente de todo mundo desde sempre (e se descobrindo cada vez mais igual a todo mundo), quer mais do que nunca ter um trabalho com propósito (in love com a atuação de professora universitária), sabe que não pode mudar o mundo mas fica muito feliz quando consegue ajudar uma velhinha a carregar as compras.  Cheia de problemas internos e buscando sempre equilíbrio. Se virando nos 33, mas achando que está tudo dando certo.