Não adianta falarmos só do estupro, crime, tipificado no Código Penal. Precisamos falar de uma cultura inteira que constrói a possibilidade dessa violação de direitos e de como reproduzimos essa cultura no nosso dia a dia.
Mais de 30 homens deitaram-se sobre ela. Mesmo desacordada. Mesmo sangrando. Mesmo doendo. Mesmo sem vida. Mesmo sem alma. Deitaram-se sobre ela porque acreditaram que tinham o direito disso. Um homem havia oferecido aquele corpo a eles. Eles podiam. Mereciam. Eram homens.
Somos ignorantes. Não porque queremos, mas porque a sociedade faz de conta que essas relações não existem, que somos seres binários e que tudo que está “lá fora” é invenção de um bando de malucos. Não é!
Nós mulheres gastamos muito tempo de nossas vidas úteis e produtivas odiando nossas barrigas, nossos peitos, nossas bundas, nossos umbigos, nossos cotovelos e pescoços.
Vale seu tempo: uma seleção de textos escritos por mulheres, com uma visão afiada sobre a política nacional e as questões sociais ligadas aos direitos das mulheres.
Eles ocupam a maioria das profissões, ganham 30% a mais ocupando os mesmos cargos e estão em 96% dos postos de poder da estrutura corporativa. Não há nada de novo. As indicações pro Ministério são um reflexo da nossa sociedade.
Enquanto elas dedicam, em média, 20 a 25 horas semanais ao trabalho doméstico, eles investem apenas 8 a 9 horas por semana nestas atividades. A diferença gritante mostra que a rotina puxada em casa segue como forte instrumento de inferiorização das mulheres.