Associamos o feminino a fraqueza e a algo incompatível com espaços de poder. Se uma mulher é “feminina” demais, ela falhou como líder. Se é “feminina” de menos, falhou como mulher.
O avanço conservador foi se dando cuidadosamente para a gente só perceber quando não tiver mais volta. Estamos sendo massacradas paulatinamente até não restar esperança nenhuma.
É o que sobrou para nós, companheiras: migalhas. Restos de política em um cenário em que fazer justiça a 52% da população não importa, é no máximo um bônus na popularidade de uma medida.
O que muda com a legalização do aborto é que as mulheres param de morrer e passam a ter total autonomia perante seu corpo. Tá aí um interesse que quase ninguém tem…