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#13 Qual a distância entre como o mundo te vê e como você mesma se enxerga?

Antes de tudo, assista ao vídeo. Mesmo que você lembre dele, assista até o fim.

Eu lembrava do vídeo, ainda assim chorei antes do fim. Chorei porque não é fácil olhar pra mim mesma sem ser crítica. Não é uma tarefa simples abrir mão da perfeição, de como eu deveria ser, agir ou sentir. E talvez a aparência, por parecer o âmbito mais fácil de controlar e o que mais salta aos olhos, seja também o que mais nos machuca. A gente pode esconder tudo, menos a cara, né?

“As percepções que temos de nós mesmas são geralmente um pouco duras e impróprias quando, na realidade, não é assim que o mundo nos enxerga”

Essa frase é dita por uma mulher no vídeo e fala muito sobre autocompaixão. Por que somos tão duras com nós mesmas? Por que não nos olhamos da mesma forma que o mundo nos olha? Quantas e quantas vezes precisamos que outra pessoa nos diga como somos bonitas, inteligentes, bem articuladas ou divertidas para que a gente volte a acreditar nisso? O que falta ai?

Falta se permitir ser compassiva. Olhar para você com clareza, encarar o que não a agrada, notar que aquilo existe e pensar em maneiras menos agressivas de lidar com aquilo, seja tentando transformar o que você vê ou aceitar que aquilo faz parte de quem você é – e lembrar que talvez você fosse uma pessoa totalmente diferente se essa característica não existisse.

“Nós gastamos muito tempo, como mulheres, analisando e tentando consertar coisas que não estão completamente certas, e deveríamos gastar mais tempo apreciando as coisas de que realmente gostamos”

Você se olhou no espelho hoje? Não enquanto escovava os dentes ou fazia maquiagem. Mas parou e se olhou de verdade? Investigou seu rosto e buscou pontos que a deixam feliz? Há quanto tempo você não olha para o seu corpo? Há quanto tempo você não escolhe uma parte preferida de você e a destaca?

A gente foge da gente mesma. E faz isso por saber quão durar podemos ser. Só que não precisa ser assim. A gente pode ir treinando, e não vai ser fácil, ser mais legal com a gente, mais doce, mais amiga. Com o tempo vamos aprendendo a olhar para nós como pessoas que merecem nosso sorriso, nosso aplauso, nossos elogios. Depois disso fica mais fácil lembrar que não precisamos nos criticar o tempo todo.

Se abrace, física e emocionalmente. Vista a roupa que te deixa linda. Passe um creme gostoso no corpo. Faça uma limpeza de pele em casa mesmo, com mel e açúcar. Coma algo que a faz feliz. Tome um chá enquanto lê um livro. Assista sua série preferida. Guarde uma hora do seu dia, marcada no relógio, só para você.

Os primeiros passos não são fáceis, mas repita o mantra “eu mereço” quantas vezes forem necessárias para se convencer disso. Você merece.


Autocompaixão para mulheres: a primeira trilha da Comum

Desde quando o fórum nasceu, ano passado, notamos que a cura pras nossas questões começava dentro de nós. Ou passava necessariamente por isso: entendermos nossas emoções, necessidades e sermos mais gentis conosco. Resolvemos então nos aproximar do tema da autocompaixão e conhecemos a Carol Bertolino, que estuda o assunto há algum tempo. 

A trilha da Comum desse mês é sobre autocompaixão e autonomia afetiva pra mulheres. Vamos explorar o tema juntas, através de textos, vídeos, conversas no fórum e práticas. A trilha começou no dia 10 de julho e segue até o encontro. Você pode ver todo o conteúdo dela aqui.


Imersão: autocompaixão em São Paulo

Uma imersão de dois dias (27 e 28 de agosto), em São Paulo, guiada pela Carol Bertolino e só pra mulheres. Aberta pra assinantes e não assinantes. Saiba mais e se inscreva aqui. 


Carol Patrocinio é jornalista e divide seu tempo entre escrever para diversas publicações sobre assuntos relacionados ao mundo feminino e ao feminismo, como o Ondda, seu canal no Medium e consultorias para negócios que querem falar com as mulheres.