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#1 A comida e as emoções: o que estamos nutrindo quando comemos?

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Desejar aquela torta feita com amor pela avó, mas não conseguir encaixá-la nas calorias diárias permitidas. Levar para a comida uma carência — ou excesso — sem saber exatamente do quê ou o porquê. Comer a sobremesa depois do jantar e passar a noite se culpando. Sentir o padrão corporal pairar à mesa em cada refeição. Se policiar o tempo inteiro. Nós, mulheres, sabemos: a comida carrega consigo um peso diferente quando em contato com o feminino.

Por isso, queremos colocar nossa lupa voltada para uma investigação interna carinhosa e lançar luz a uma questão importante: o que estamos nutrindo quando comemos?

Sem receita de bolo, dietas mirabolantes ou julgamentos: para além da prisão estética, das regras nutricionais normalizadas e de reeducação alimentares, essa trilha propõe um olhar gentil e autocompassivo para nossa alimentação. A ideia não é reforçar estereótipos ou imprimir novas regras. É tomar consciência da forma como nos relacionamos com a alimentação e, assim, entender nossos medos e convicções.

Porque comida não é só comida e a gente quer olhar pra nossa relação com ela com cautela e curiosidade. Enxergar quais emoções estão conectadas com o processo, quais são nossas dificuldades e que ferramentas hábeis podemos usar para contemplar e ressignificar a maneira como lidamos com nosso ato de se alimentar.

Quando olhamos para dentro e percebemos nossos processos de forma amorosa com a gente mesma, conseguimos olhar para fora de forma mais desperta, mais serena e lúcida.

Juntas, iremos percorrer três universos especiais:

1. olhar para trás

A relação com a nossa mãe e a formação de nossas memórias primeiras têm muito a ver com a construção de nossas crenças. Olhar para nossa infância, para nossa introdução alimentar, e entender nossas origens e os processos ritualísticos que envolvem o ato de comer é um ponto de partida primordial para essa investigação interna.

2. olhar para dentro

Qual relação alimentamos entre nossas emoções e os conflitos com a comida? Que emoções estamos nutrindo quando comemos? Conhecemos nosso corpo e nosso hormônios? Ouvimos nossos pedidos de socorro de forma atenciosa? De que forma nossa alimentação está a favor de pressões externas — e por quê? Como mulheres, passamos por vários ciclos e entendê-los é uma forma de despertarmos para as diferentes expressões da nossa essência.

3. olhar para fora

Sabemos de onde vem nosso alimento e quais cadeias estamos fomentando? Entendemos que a comida ainda é uma ferramenta a favor do privilégio? Como podemos quebrar a lógica vigente e resgatar o olhar para comida como fonte de vida e cura? Depois de olhar para dentro, lançamos nosso olhar empático para fora, finalizando um processo de consciência sobre o ato de se alimentar.

A trilha é uma jornada de aprendizagem que dura 1 mês e é feita de vários conteúdos: textos, vídeos, práticas, papos no fórum online e uma imersão presencial no final.

Ela também é construída de mãos dadas: todo o conteúdo que compõe o processo foi criado e produzido coletivamente por várias mulheres incríveis que estão imersas no assunto, como a Melissa Setubal, coaching de saúde integrativa, a Fabiolla Duarte, educadora, estudante da cultura alimentar humana e fundadora do Colher de Pau, um espaço para refletir sobre educação, infância, comida e comportamento alimentar, Paola Casalecchi, psicóloga cognitivo-comportamental especialista em neuropsicologia e instrutora de mindfulness certificada pela UNIFESP, a Natália Utikava, nutricionista e mestre em nutrição em saúde pública pela USP, entre outras.

Você também vai fazer parte ativa da trilha, vivenciando do seu jeito, tomando o seu tempo, cuidando do seu processo. É uma trilha que a gente percorre de mãos dadas. A partilha e apoio entre nós fazem parte de todo o trajeto. Porque olhar para dentro às vezes requer trabalho, mas não precisamos estar sozinhas.

Vamos juntas? 

Esse é o primeiro texto dessa trilha. O conteúdo da trilha já vai estar disponível pra você a partir de hoje, com 2 a 3 conteúdos novos por semana e as conversas no tópico da trilha no fórum, esse aqui. Chega mais, se apresenta e entra de cabeça. Te esperamos. 


Gabrielle Estevans é jornalista, editora de conteúdo e coordenadora de projetos com propósito. Nessa trilha, é editora chefe, participante e caseira.