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#8 Comida como meio de lidar com as nossas emoções

Crescemos sem aprender a reconhecer nossas emoções. Não sabemos muito bem de onde elas vêm, não sabemos identificá-las. Também, desde pequenas, não somos incentivadas a sentir.

Se caiu, não chora, tá tudo bem. Se a amiguinha arrancou o lápis de cor da mão, não fica brava, é errado sentir raiva. Se caiu jogando queimada na escola, não fica frustrada, levanta logo. Se sofreu bullying, não precisa se sentir humilhada, supera, seja forte. Se levou um fora do paquera, não fica magoada, bola pra frente.

Tudo isso nos faz crescer achando que as emoções não são importantes. Que devemos atravessá-las, passar por cima delas. Que sentir é coisa de gente fraca.

Mas não é verdade.

Elas estão aqui, brotando, o tempo todo. Se uma coisa é certa é a de que todos nós somos um misto enorme de matéria e emoções, um caldeirão borbulhante. Não tem como evitar.

Precisamos olhar para o que sentimos com mais atenção, cuidado e curiosidade. Se não pegarmos as emoções pela mão e as convidarmos para o café, elas nos arrastam feito enxurrada, nos tomam. Não há como empurrar a sujeira pra baixo do tapete por muito tempo.

No primeiro vídeo, a Fabiolla Duarte fala de como uma educação que não olha pras emoções como um fator importante da vida (e que, portanto, cria adultos deseducados emocionalmente) se junta com a comida de um jeito perigoso: a alimentação passa a ser uma ferramenta que encontramos pra não ter que olhar – de verdade – pro nosso mundo interno.

No segundo, ela conta de como uma relação emocional com a comida pode gerar ciclos viciosos nocivos para nós.

Dá o play, sem se julgar ou classificar a sua relação com a comida como boa ou ruim. Apenas assista, com atenção.

Seguimos juntas.


Anna Haddad é fundadora da Comum. Escreve pra vários veículos sobre educação, colaboração, novos negócios e gênero, e dá consultorias ligadas à comunidades digitais e conteúdo direcionado pra mulheres.