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#8 Meditação guiada: Presença compassiva

A gente pode ficar horas discutindo o conceito de autocompaixão, mas, antes de tudo, é uma sensação.

Saber, racionalmente, o que é e o que não é, é uma parte pequena do processo. O grande ouro está em praticar. É com as práticas, informais (como a carta pra si mesma) e formais (práticas de meditação, como a primeira da trilha, de frases de bondade), que a gente vai conseguir acessar emoções, sentimentos, e se familiarizar com a nossa própria mente. Encontrar ferramentas hábeis pra sermos mais gentis e cuidadosas conosco no dia a dia, frente aos problemas, na vida.

Antes de propor a segunda prática formal da nossa jornada - essa meditação de 15 minutos, guiada pela Carol Bertolino, mentora dessa trilha - precisamos conversar sobre meditação. Só pra acertarmos os ponteiros e tirarmos algumas dúvidas de quem nunca meditou, ou medita pouco.

Vamos lá?

1. Como meditar?

Não acho que exista regra. Mesmo. Existem algumas dicas, físicas e sobre o processo mental, que, particularmente, me ajudaram a começar. Vou compartilhar com vocês. Mesmo assim, é importante ter em mente que cada um tem um jeito peculiar, e dificuldades específicas também. É importante irmos abrindo e relatando as dúvidas sobre meditar, sem medo, lá no fórum.

2. Ambiente e posição

O melhor é estar em um ambiente acolhedor e tranquilo. Sem muito movimento e barulhos. Ajuda muito no começo. Chão e tapetes de casa são ideais.

Depois de achar um lugar, abaixe um pouco a luz. Antes de sentar, alongue a coluna, pernas, pé, braços e pescoço.

Sente-se em posicão de semi-lótus (ou lótus completa, que é mais difícil), e se não conseguir, pode ficar em posição de índio, pernas cruzadas uma em cima da outra. Outra posição é a birmanesa, que é parecida com a semi-lótus, mas ao invés do pé em cima da batata da perna, ele fica no chão, na frente do outro pé. Aí vai uma imagem pra ajudar.

Uma outra posição possível é a da shavasana (posição do defunto), deitada, com o corpo todo tocando o chão e braços ao lado do corpo (imagem abaixo). Não é uma boa posição pra quem está muito cansado e corre o risco de cair no sono.

Uma última possibilidade ainda é sentar reto numa cadeira, braços encima das pernas.

Se for praticar sentada (preferível), o ideal é ter apoio de uma almofadinha própria de meditação, pra não machucar o cóccix nem o sacro, e conseguir manter a coluna apoiada e ereta. Se não tiver, pode ser qualquer almofada disponível.

Depois que achar uma posição, relaxe as mãos. Os olhos podem ficar fechados, ou levemente abertos, mirando para baixo.

3. Relaxamento, estabilidade, foco

Comece relaxando e respirando, sempre. Fique em contato com você. Os pensamentos vão vir, e tudo bem. Tente deixar eles irem embora, não ser arrastada por eles. Isso vai acontecer, sem sombra de dúvida. Pensamentos vão brotar, e você vai se distrair com eles. Mas essa é a prática. Ao notar que você foi embora com um pensamento, relaxe, solte, deixe ele ir, e volte.

Meditar não é adormecer. Também não é ficar dando voltas com a mente, passeando, viajando na maionese, sonhando acordada. É exatamente o exercício de tentar estar presente. 

Deixar os pensamentos fluírem como se eles fossem água e a mente, o rio. E você fosse uma observadora na margem, olhando tudo aquilo, sem ir junto com a correnteza.

4. A prática da presença compassiva

É a segunda prática de meditação proposta aqui na trilha de autocompaixão. A primeira foi a Encontrando as frases de bondade. Se ainda não fez, faz ela primeiro, e, quando puder, volte pra cá.

Essa prática é simples e bonita. Vamos apenas exercitar a presença de um visitante, acolhedor, amoroso e carinhoso. Uma presença compassiva que temos dentro de nós.

Meditação: presença compassiva | Clica aqui

Boa prática.

Seguimos juntas.


Depois da prática, se tiver dúvidas ou se você se sentir a vontade pra compartilhar como foi sua experiência, estamos no fórum -  Trilha #1: autocompaixão | Como podemos ser mais gentis com a gente? - trocando relatos sobre o conteúdo dessa trilha. 


Autocompaixão para mulheres: a primeira trilha da Comum

Desde quando o fórum nasceu, ano passado, notamos que a cura pras nossas questões começava dentro de nós. Ou passava necessariamente por isso: entendermos nossas emoções, necessidades e sermos mais gentis conosco. Resolvemos então nos aproximar do tema da autocompaixão e conhecemos a Carol Bertolino, que estuda o assunto há algum tempo. 

A trilha da Comum desse mês é sobre autocompaixão e autonomia afetiva pra mulheres. Vamos explorar o tema juntas, através de textos, vídeos, conversas no fórum e práticas. A trilha começou no dia 10 de julho e segue até o encontro. Você pode ver todo o conteúdo dela aqui.


Imersão: autocompaixão em São Paulo

Uma imersão de dois dias (27 e 28 de agosto), em São Paulo, guiada pela Carol Bertolino e só pra mulheres. Aberta pra assinantes e não assinantes. Saiba mais e se inscreva aqui. 


Anna Haddad é fundadora da Comum. Escreve pra vários veículos sobre educação, colaboração, novos negócios e gênero, e dá consultorias ligadas à comunidades digitais e conteúdo direcionado pra mulheres.